sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Um dos Poetas que eu mais gosto.



Fernando Pessoa




Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlaçemos as mãos).

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.




 Mão Posta Sobre a Mesa 
A MÃO POSTA sobre a mesa, 


A MÃO POSTA sobre a mesa,
A mão abstrata, esquecida,
Imagem da minha vida...
A mão que pus sobre a mesa
Para mim mesmo é surpresa.
Porque a mão é o que temos
Ou define quem não somos.
Com ela aquilo que fazemos
[...] 









As Lentas Nuvens Fazem Sono - Poesias Inéditas
As lentas nuvens fazem sono,
O céu azul faz bom dormir.
Bóio, num íntimo abandono,
À tona de me não sentir. 

As lentas nuvens fazem sono,
O céu azul faz bom dormir.
Bóio, num íntimo abandono,
À tona de me não sentir.

E é suave, como um correr de água,
O sentir que não sou alguém,
Não sou capaz de peso ou mágoa.
Minha alma é aquilo que não tem.

Que bom, à margem do ribeiro


Saber que é ele que vai indo...
E só em sono eu vou primeiro.
E só em sonho eu vou seguindo. 
E é suave, como um correr de água,
O sentir que não sou alguém,
Não sou capaz de peso ou mágoa.
Minha alma é aquilo que não tem.

Que bom, à margem do ribeiro


Saber que é ele que vai indo...
E só
A mão abstrata, esquecida,
Imagem da minha vida...
A mão que pus sobre a mesa
Para mim mesmo é surpresa.
Porque a mão é o que temos
Ou define quem não somos.
Com ela aquilo que fazemos
[...] 

sábado, 22 de outubro de 2011

Inocência





Quem éramos antes do prelúdio?
Antes dos assassinos de beco escuro...
Antes da moral, da educação?
Quem fomos antes de entender o mundo?
Antes de nos tornar-mos adultos?
Antes de tudo que era vão?
Na era da inocência,
Quando roubava-mos sem culpa nenhuma
a goiabeira do vizinho,
Comia doce na hora do jantar,
Andava descalço sem medo de se machucar?
Nas brigas para tomar banho,
De puxar o rabo do gato
e levar bilisco de passarinho?
Onde amor de Pai e mãe era honrado,
Quando tudo tinha um gostinho de infância...
Hoje tem um gostinho de saudade...
Nós crescemos...
A inocência se perdeu com os anos
e sempre se perderá,
Mas sempre fica aquela vontade
de ser criança, voltar.

Luana Leal.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Arte Na rua


É impressionante essa imagem em 3d....Fico imaginando o que passa na cabeça de um artista desses
na hora de criar....

Simplesmente Incrivel.